O médium tem vários caminhos a
seguir?
Favores materiais fazem parte deles?
Usamos nossa faculdade para o bem
coletivo?
Nos Domínios da Mediunidade
- André Luiz - Francisco C. Xavier
Capítulo 27 - Mediunidade transviada
Revestia-se o recinto de fluidos desagradáveis e densos.
Dois médiuns davam passividade a companheiros do nosso
plano, os quais, segundo minhas primeiras impressões, jaziam convertidos em
criados autênticos do grupo, assalariados talvez para serviços menos
edificantes. Entidades diversas, nas mesmas condições, enxameavam em torno
deles, subservientes ou metediços.
O fenômeno da psicofonia era ali geral.
Os sensitivos
desdobrados se mantinham no
ambiente, alimentando-se das emanações
que lhes eram peculiares.
Raimundo, um dos
comunicantes, sob as vistas complacentes do diretor da casa, conversava com uma
senhora, cuja palavra leviana inspirava piedade.
- Raimundo – dizia -; tenho necessidade do dinheiro que há
meses vem sendo acumulado no Instituto,
do qual sou credora
prejudicada. Que me
diz você de semelhante demora?
- Espere, minha irmã –
recomendava a entidade -,
trabalharemos em seu benefício.
E a palestra continuava.
- A solução é urgente. Você deve ajudar-me com ação mais
expedita. Tente uma volta pelo gabinete
do diretor ranzinza e desencrave o processo... Você quer o endereço das pessoas
que precisamos influenciar?
- Não, não. Conheço-as e sei onde moram...
- Vejo, Raimundo, que você anda distraído. Não se interessou
por meu caso, com a presteza justa.
- Não é bem assim... Tenho feito o que posso.
E enquanto a
matrona baixava o tom
de voz, cochichando,
um cavalheiro maduro dirigia-se a
Teotônio, o outro comunicante da noite, clamando, indiscreto:
-Teotônio, até quando me cabe aguardar?
A entidade, que parecia embatucar-se com a pergunta,
silenciou, humilde, mas o interlocutor alongou-se, exigente:
- Vai para
quatro meses que
espero pela decisão favorável
referente ao emprego que me foi prometido. Entretanto, até hoje ...
Você não conseguiria liquidar o problema?
- Que deseja que eu faça?
- Sei que o gerente da firma é do contra. Ajude-me,
inclinando-o a simpatizarse pela boa solução de meu caso.
Nisso, outra senhora ocupou a atenção de Raimundo,
solicitando:
- Meu amigo, conto com o seu valioso concurso. Sou mãe. Não
me conformo em ver minha filha aceitar a
proposta de um homem desbriado, para casar-se. Nossa posição em casa é das mais
alarmantes. Meu marido não suporta o homem que nos persegue, e a menina
revoltada tem sido para nós um tormento. Você não poderá afastar esse abutre?
Raimundo respondeu, subserviente, enquanto Quintino tomava a
palavra, logo em seguida, pedindo uma prece, em
conjunto, a fim de
que os desencarnados se fortalecessem para
corresponder à confiança do grupo, prestando-lhe os serviços solicitados.
Entendimentos e conversas continuaram entre
comunicantes e clientes
da casa, todavia, não mais lhes dei atenção, considerando-lhes o obscuro
aspecto.
Em aflitivas circunstâncias,
vira obsidiados e entidades endurecidas no mal, através de tremendos conflitos;
contudo, em nenhum lugar sentia
tanta compaixão como ali, vendo pessoas
sadias e lúcidas a interpretarem o intercâmbio com o mundo espiritual como um
sistema de criminosa exploração, com alicerces no menor esforço.
Aqueles homens e mulheres que se congregavam no recinto, com
intenções tão estranhas, teriam coragem de pedir a companheiros encarnados os
serviços que reclamavam dos Espíritos? Não estariam ultrajando a oração e a
mediunidade para fugir aos problemas que lhes diziam respeito? Não dispunham,
acaso, de veneráveis conhecimentos para mobilizar o cérebro, a língua, os
olhos, os ouvidos, as mãos e os pés, no aprendizado enobrecedor? Que faziam da
fé? Seria justo que um trabalhador relegasse a outros a enxada que lhe cabia suportar
e mover na gleba do mundo?
Observamos no texto acima, uma triste e dura realidade.
Irmãos desencarnados e encarnados em perfeita simbiose, em sintonia
desequilibrada, transformando a faculdade mediúnica, que é Divina, para
objetivos materiais.
Ambos, encarnados e desencarnados estão em perfeita harmonia
vibratória, encarando com muita naturalidade a troca de favores, a mediunidade
transviada de seus objetivos sublimes..
Quantos casos neste formato ainda observamos na Terra?
É típico do ser humano o comodismo, o repasse de suas
responsabilidades para outro concretizar, a qualquer preço. Esquece-se que se
ligará aos Irmãos Espirituais que agora os sevem e a quem deverão, depois,
oferecer sua contrapartida, desenvolvendo laços de infelicidade e sofrimento.
O orgulho , a vaidade e o egoísmo levam o homem a achar que
pode tudo controlar e dominar à sua vontade e aos seus caprichos, sempre com a
opção pela porta larga, pelo caminho mais fácil. E para tal, utiliza-se de
qualquer recurso, inclusive da mediunidade, que aqui é encarada como uma ponte,
um trampolim para concretizar seus sonhos infelizes e descabidos.
Neste tipo de trabalho mediúnico as energias sempre serão
muito desagradáveis, pois são resultado do pensamento de todos que ali estão,
do mundo físico e espiritual, com objetivos de baixa envergadura moral.
Como questiona André Luiz no final do texto, abuso da fé e
de todos os abençoados ensinos de Jesus.
Jesus nos ensinou a termos atitude na vida, fé ativa e
produtiva:
PEDI .....E OBTEREIS!
BATEI...E ABRIR-SE
–VOS-Á!
Movimento, ação, atitude na fé!
Cada um de nós reencarna com uma tarefa na Terra. Os obstáculos
que devemos superar por nosso próprio esforço são as ferramentas necessárias
para nosso aprendizado e amadurecimento moral e espiritual.
Se terceirizarmos este aprendizado o que vamos aprender ?
E mais, se para isso ainda buscamos aliados entre os
Espíritos ?
O que estamos fazendo de nossa bendita oportunidade de
reencarnação?
Onde nossa evolução pelo nosso esforço?
Jesus disse: “ A CADA UM SEGUNDO AS SUAS OBRAS”
Quais as nossas obras ???
E os médiuns que se prestam a estas atividades? Será para
isso que reencarnaram com esta faculdade? Estarão usando a mediunidade à
serviço de Jesus e ao bem coletivo?
E estes Irmãos desencarnados, estarão trabalhando por sua
evolução desta forma ?
Sabemos que nada fica impune na Justiça Divina e muito será
necessário em trabalho, dores e sofrimentos, até que todos possam se
restabelecer destas atitudes e retornarem à harmonia com as Leis Divinas.
Os velhos caminhos da DOR
ou do AMOR.
Jesus nos apresenta o caminho do AMOR, nos ensinando o respeito ao próximo, a caridade, a honestidade,
a verdade, a bondade, mas insistimos em seguir o caminho da DOR, nos desviando deste caminho de luz.
Então, que seja a DOR a bendita companheira
que possa nos despertar e nos reintegrar ao AMOR do Pai.
Médium, qual caminho vai escolher: o da DOR ou o do AMOR???
Muita luzzzzzzzzzz
Luciane Ruis
Mediunidade de trabalho, geralmente, vem por oompromisso. Seria uma prova que pedimos para passar para nos fazer cumprir aquilo a que nos propusemos na Espiritualidade antes de voltarmos à Terra. Da mediunidade ninguém foge. Ela faz com que vc procure a espiritualidade através de lugares como casas espíritas. Caso não o faça, pode tornar-se desequilibrado, inclusive mentalmente. Mas, ela bem trabalhada, quando aceita e quando o médium trabalha com ela em prol do próximo, ela vira uma missão deliciosa, onde nos sentimos úteis e felizes por podermos ajudar a irmãos encarnados e desencarnados, através dela. Levar reconforto é algo indescritível.
ResponderExcluirPerfeito comentário irmão querido.
ResponderExcluirAgradecemos a participação.
Deus contigo sempre.