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2 de ago. de 2012

A QUEDA DE OTÁVIO

Teria Otávio sido abandonado pelos Amigos Espirituais?
O apelo da matéria é superior às forças do médium?
30 anos de preparação foram insuficientes?

Hoje vamos analisar a história do médium Otávio, contida no livro: “ Os Mensageiros” - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo Espírito André Luiz

Capítulo 7 
A queda de Otávio

– “Depois de contrair dividas enormes na esfera carnal, noutro tempo, vim bater às portas de “Nosso Lar”, sendo atendido por irmãos dedicados, que se revelaram incansáveis  para comigo.
Preparei-me, então, durante trinta anos consecutivos, para voltar à Terra em tarefa mediúnica, desejoso de saldar minhas contas e elevar-me alguma coisa. Não faltaram lições verdadeiramente sublimes, nem estímulos santos ao meu coração imperfeito. O Ministério da Comunicação favoreceu-me com todas as facilidades e, sobretudo, seis entidades amigas movimentaram os maiores recursos em benefício do meu  êxito. Técnicos do Auxílio acompanharam-me à Terra, nas vésperas do meu renascimento, entregando-me um corpo físico rigorosamente sadio. Segundo a magnanimidade dos meus  benfeitores daqui,  ser-me-ia concedido certo trabalho de relevo, na esfera de consolação às criaturas.
Permaneceria junto das falanges de colaboradores encarregados do Brasil, animando-lhes os esforços o atendendo a irmãos outros, ignorantes, perturbados ou infelizes. O matrimônio não deveria entrar na linha de minhas cogitações, não que o casamento possa colidir com o exercício da mediunidade, mas porque meu caso particular assim o exigia.
“Nada obstante, solteiro, deveria receber,  aos vinte anos, os seis amigos que muito trabalharam por mim, em “Nosso Lar”, os quais chegariam ao meu círculo  como órfãos. Meu débito para com essas entidades tornou-se muito grande e a providência não só constituiria agradável resgate para mim, como também garantia de triunfo pelo serviço de assistência a elas, o que me preservaria o coração de leviandades e vacilações, porquanto o ganha-pão laborioso me compeliria a não aceder a sugestões inferiores nos domínios do sexo e das ambições incontidas. Ficou também assentado que minhas atividades novas começariam com muitos sacrifícios, para que o possível carinho de outrem não amolecesse a minha fibra de realização, e para que se não escravizasse minha tarefa a situações caprichosas do mundo, distantes dos desígnios de Jesus, e, sobretudo, para que fosse mantida a impessoalidade do serviço. Mais tarde, então, com o correr dos anos de edificação, me enviariam de “Nosso Lar” socorros materiais, cada vez maiores, à medida que fosse  testemunhando renúncia de mim mesmo, desprendimento das posses efêmeras, desinteresse pela remuneração dos sentidos, de maneira a intensificar, progressivamente, a semeadura de amor confiada às minhas mãos.
“Tudo combinado, voltei, não só prometendo fidelidade aos meus instrutores, como também hipotecando a certeza do meu devotamento às seis entidades  amigas, a quem  muito devo até agora.”
Otávio, nesse momento, fez uma pausa mais longa, suspirou fundamente, e prosseguiu:
– “Mas, ai de mim,que olvidei todos os compromissos! Os benfeitores de “Nosso Lar” localizaram-me ao lado de verdadeira serva de Jesus. Minha mãe era espiritista cristã desde moça, não obstante as tendências materialistas de meu pai, que era, todavia, um homem de bem.
“Aos treze anos fiquei órfão de mãe e, aos quinze, começaram para mim os primeiros chamados da esfera superior. Por essa ocasião, meu pai contraiu segundas núpcias e, apesar da bondade e cooperação que a madrasta me  oferecia, eu me colocava num plano de falsa superioridade, a respeito dela. Em vão, minha genitora endereçou, do invisível, apelos sagrados ao meu coração.
Eu vivia revoltado, entre queixas e lamentações descabidas.
“Meus parentes conduziram-me a um grupo espiritista de excelente orientação evangélica, onde minhas faculdades poderiam ser postas a serviço dos necessitados e sofredores; entretanto, faltavam-me qualidades de trabalhador e companheiro fiel. Minha negação em matéria de confiança nos orientadores espirituais e acentuado pendor para a crítica dos atos alheios compeliam-me a desagradável estacionamento.
“Os beneméritos amigos do invisível estimulavam-me ao serviço, mas eu duvidava deles com a minha vaidade doentia. E como prosseguissem os apelos sagrados, por mim interpretados como alucinações, procurei um médico que me aconselhou experiências sexuais. Completara, então, dezenove anos e entreguei-me desenfreadamente ao abuso de faculdades sublimes. Desejava conciliar, à força, o prazer delituoso e o dever espiritual, alheando-me, cada vez mais, dos ensinos evangélicos que os amigos da esfera superior nos ministravam.
“Tinha pouco mais de vinte anos, quando meu pai foi arrebatado pela morte. Com a triste ocorrência, ficavam na orfandade seis crianças desfavorecidas, porquanto minha madrasta, ao se consorciar com meu genitor, lhe trouxera para a tutela três pequeninos. Em vão implorou-me socorro a pobre viúva. Nunca me dignei aceitar os encargos redentores que me estavam destinados.
“Após dois anos de segunda viuvez, minha desventurada madrasta foi recolhida a um leprosário. Afastei-me, então, dos pequenos órfãos, tomado de horror. Abandonei-os definitivamente, sem refletir que lançava meus credores generosos, de “Nosso Lar”, a destino incerto. Em seguida, dando largas à ociosidade, cometi uma ação menos digna e fui obrigado a casar-me pela violência. Mesmo assim, porém, persistiam os chamados do invisível, revelando-me a inesgotável misericórdia do Altíssimo. Contudo, à medida que olvidava meus deveres, toda tentativa de realização espiritual  figurava-se-me mais  difícil. E continuou a tragédia que inventei para meu próprio tormento.
“A esposa a que me ligara, tão somente por apetites inconfessáveis, era criatura muito inferior à minha condição espiritual e atraiu uma entidade monstruosa, em ligação com ela, para tomar o papel de meu filho. Releguei à rua seis carinhosas crianças, cuja convivência concorreria decisivamente para minha segurança moral, mas a companheira e o filho, ao que me pareceu, incumbiram-se da vingança. Atormentaram-me ambos, até ao fim da existência, quando para aqui regressei, mal tendo completado quarenta anos, roído pela sífilis, pelo álcool e pelos desgostos, sem nada haver feito para meu futuro eterno... Sem construir coisa alguma no terreno do bem...”


A experiência de Otávio nos aponta diversos ensinamentos mediúnicos:

Nenhum médium reencarna sem preparação prévia para a tarefa a cumprir no mandato mediúnico, no caso dele foram 30 anos;

Durante a reencarnação o médium continua sendo assistido pelos Amigos Espirituais para que tenha êxito nas tarefas;

E um ensinamento , que  talvez seja o mais importante no caso, o médium recebe vários chamados para a sua tarefa. Observamos quantas oportunidades de despertar foram conferidas a Otávio e ele negou.

Já terá isto ocorrido conosco???

Quantos chamados já recebemos da Espiritualidade para a tarefa mediúnica e recusamos ?
Quantas oportunidades de exercer a mediunidade nos são ofertadas constantemente e fingimos não perceber?
Quantos convites ao estudo mediúnico deixamos de atender?

Esta história é muito ilustrativa.
Que possamos aprender com esta experiência falida, para meditarmos sobre nossa conduta como médiuns e agirmos de forma diferente do irmão Otávio.
Na vida temos 2 caminhos para a evolução, pode ser pela dor ou pelo amor.
Quantos de nós chegamos à Casa Espírita devido a desequilíbrios e problemas mil?
A escolha é nossa!!!
Façamos diferente!
Optemos pelo caminho do amor, da mediunidade com Jesus !!!

Muita luzzzzzzzz
  

Luciane Ruis

4 comentários:

  1. Anônimo16:40

    Recebemos chamados para ascendermos espiritualmente todos os dias, Deus e os mentores espirituais deixaram uma grande reliquia para nós que é a doutrina , o evangelho, sabemos como devemos nos portar caminhar tratar o próximo, etc, sabemos definir o bem do mal, porem, pecamos e caimos todos os dias muitas vezes ate pelo hábito, digo mau hábito, precisar vigiar o tempo todo, andar em espirito, estudar, praticar as lições que nos foram dadas e aprender a ouvir a voz de Deus. Christianne Araujo

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    1. Muito bem colocado irmã querida.
      Vigiai e orai, isto nos ajudará muito.
      Continue participando.
      Deus contigo sempre!

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  2. Anônimo17:35

    CAROS AMIGOS,
    Creio que devemos analisar a lição do Otávio, trazendo-a para nossa vida diária. Cheguei ao espiritismo pelas mãos de meus pais, era criança. Sou testada a todo momento, mas percebo que caio sp. Tenho inúmeras provas de que sou amparada, faço orações, vibrações, diariamente, mas medito muito pouco nos ensinamentos evangélicos. Para colocá-los em prática é preciso a meditação.

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    1. Grande e sábio alerta irmã querida.
      Precisamos entender bem o Evangelho para bem praticá-lo.
      Agradecemos a participação.
      Deus contigo sempre.

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