Existirão mesmo estes locais?
Será crendice popular?
Devemos temer as “assombrações” ?
Vivemos em um mundo que está em constante interação com o
mundo espiritual, como dizia Paulo de Tarso:
“Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem
de testemunhas, deixemos todo o embaraço.” — Paulo. (HEBREUS, 12:1.)
Em todos os locais podem passar ou viver muitos Espíritos,
sem que estes se manifestem e nós nem os percebemos. Dependendo de nosso
procedimento e comportamentos bons ou maus, determinamos com que tipo de Espíritos
vamos conviver, o que vai gerar a
sintonia e a atração ou repulsão espirituais.
Todos nós já ouvimos alguma história sobre algum local
assombrado. Geralmente são histórias em museus, locais abandonados, casas
antigas, no período noturno, na 6ª feira 13 à meia - noite e assim por diante. Observamos
muita fantasia e exagero em alguns relatos, fruto da crendice popular, mas
serão algumas histórias reais?
Estes locais existem?
Sim, existem locais onde os Espíritos se manifestam de forma
ostensiva, visível e audível a todas as pessoas e que, por ignorância, foram chamados
de locais assombrados por “ fantasmas”.
Allan Kardec, em “ O Livro dos Médiuns - Segunda parte - Das
manifestações espíritas
Capítulo IX - Dos lugares assombrados” - esclarece com
maestria o assunto, através de várias perguntas dirigidas aos Espíritos. Antes
do advento da Doutrina Espírita, estes fenômenos eram atribuídos ao maravilhoso
e ao sobrenatural. Tudo que o homem não compreendia era tido como miraculoso,
extraordinário. A
ignorância viu sempre nos fenômenos espíritas uma causa sobrenatural, até que a
Doutrina Espírita veio esclarecer de
maneira racional e coerente alguns fenômenos naturais, que por desconhecimento os
consideramos como sobrenaturais.
Allan Kardec, através dos ensinamentos dos Espíritos, veio
explicar que as supostas “ assombrações” nada mais eram do que os Espíritos, homens
que desencarnaram, ou seja, seres desencarnados, como todos nós seremos um dia.
Estes Espíritos demonstravam sua presença de forma ostensiva em determinados
locais e como não se entendia a causa, atribuíam ao sobrenatural. O estudo de
Kardec foi muito minucioso, sempre nos alertando a nunca agir como fanáticos
atribuindo qualquer barulho diferente a causas espirituais. Antes devemos
examinar todas as probabilidades materiais
( estalos na madeira, barulho da vizinhança, etc) e excluídas estas
causas, considerarmos as espirituais.
Também se faz interessante observar se há fundamento na ideia
de que haja interferência de certas condições para as manifestações. Por exemplo,
elas ocorrerem em dias ou horários
específicos, sempre na escuridão, no silêncio ou em locais de aspecto lúgubre,
Vamos ver estas respostas no texto sobre este tema no Livro dos Médiuns:
4ª Tem
qualquer fundamento a crença de que os Espíritos frequentam de preferência as
ruínas?
“Nenhum.
Os Espíritos vão a tais lugares, como a todos os outros. A imaginação dos
homens é que, despertada pelo aspecto lúgubre de certos sítios, atribui à
presença dos Espíritos o que não passa, quase sempre, de efeito muito
natural.
Quantas vezes o medo não tem feito que se tome por fantasma a sombra de uma
árvore e por espectros o grito de um animal, ou o sopro do vento? Os Espíritos
gostam da presença dos homens; daí o preferirem os lugares habitados, aos
lugares desertos.”
6ª Há,
para os Espíritos que costumam reunir-se, dias e horas em que prefiram fazê-lo?
“Não. Os
dias e as horas são medidas de tempo para uso dos homens e para a vida
corpórea, das quais os Espíritos nenhuma necessidade sentem e nenhum caso
fazem.”
7ª Donde
nasceu a idéia de que os Espíritos vêm preferentemente durante a noite?
“Da
impressão que o silêncio e a obscuridade produzem na imaginação. Todas essas
crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo destruirá.
O mesmo se dá com os dias e as horas que muitos julgam lhes serem mais
favoráveis. Fica certo de que a influência da meia - noite nunca existiu, senão
nos contos.”
Tendo eliminado estas dúvidas, vamos refletir de forma bem
objetiva, sobre a maneira como os Espíritos conseguem agir na matéria para promoverem ruídos, batidas, levitação de
objetos, de pessoas, aparições. Para agir na matéria o Espírito utiliza seu
perispírito, que é semimaterial, o pensamento, a sua vontade e a manipulação de fluidos. Combina
o fluido universal com um fluido material, ao qual chamamos de ectoplasma,
doado pelos seres encarnados. As pessoas que tem maior facilidade em doar este
fluido são os chamados médiuns de efeitos físicos. O Espírito envolve os
objetos com estes fluidos, conferindo-lhes uma “ vida fictícia”, promovendo assim
os movimentos, barulhos, aparições. Assim
compreendemos de forma racional como estes fenômenos podem ocorrer e eles
deixam de ser considerados sobrenaturais.
“ Conhece a verdade e ela te libertará!”
Mediante este conhecimento, foram realizadas, sessões
mediúnicas onde os médiuns de efeitos físicos doaram ectoplasma para a
realização dos diversos fenômenos físicos, os quais Allan Kardec estudou
meticulosamente para compor a parte científica da Doutrina Espírita.
Esta
doação de ectoplasma pode ocorrer também de forma espontânea. Nestes casos, o médium doa sem que tenha conhecimento da doação e nem que ele é a
pessoa que está possibilitando a produção dos fenômenos, os quais às vezes tem grande temor, pelo
desconhecimento.
A literatura espírita oferece muitos exemplos interessantes
para nosso estudo.
Em “ O Livro dos Médiuns”, há o caso do Espírito perturbador da rua Noyers, que
“assombrava” uma casa: a criada, que mais temia os fenômenos, era a médium que
doava o material necessário para o Espírito agir,sem o saber. Eram projéteis
que quebravam as vidraças, fragmentos de lenha, pedaços de carvão de terra muito
pesados, que feriram inclusive a própria criada. O dono da casa chamou a
polícia, que também foi atingida pelos projéteis, optando por fim em
abandonar a casa. O Espírito foi evocado
e disse que assim agia apenas por diversão.
Na
Revista Espírita de abril de 1860, temos o caso do Fabricante de São Petersburgo: um rico e
bondoso artesão tinha muitos operários e
como era costume na época, oferecia alojamento aos operários no local de
trabalho. Uma manhã, vários operários não encontraram suas roupas onde as deixaram ao se deitarem, encontrando-as espalhadas
no celeiro, nas chaminés, e até sob os telhados. O patrão fez sérias repreensões, acreditando numa
brincadeira de mau gosto, porém, ninguém assumiu o ato. E a situação se repetiu
até se tornar constante em todas as noites, o que conferiu ao local a imagem de
oficina “assombrada”, causando grande temor aos operários. Tentaram organizar
vigílias, investigaram, mas tudo em vão. Em seguida, muitos operários receberem
golpes diversos quando estavam nas
escadas dos dormitórios, o que foi gerando o desespero e a animosidade entre
todos, um acusando ao outro e nada ficava esclarecido. E quando o artesão
pensava em fechar sua oficina, uma noite ouviu um barulho em seu escritório, no
cômodo ao lado. Chegando ao local, viu sua escrivaninha aberta e o castiçal
aceso, sendo que havia fechado e apagado a luz quando saíra de lá. Também
observou sobre a escrivaninha um tinteiro de vidro e uma caneta que não lhe
pertenciam, além de uma folha de papel onde estava escrito: "Faça demolir
a parede em tal lugar (era na escada); ali encontrarás ossadas humanas que
farás enterrar em terra santa." Investigando na vizinhança, descobriu que
o tinteiro e a canetas pertenciam a um vendedor de legumes e de mercadorias
coloniais , que disse tê-los vendido a um homem, que não conseguiu distinguir
bem a fisionomia, mas que
havia batido em sua janela e solicitado-os na noite anterior, pagando-o
com uma grossa moeda de cobre, que ouviu cair no assoalho, mas que nunca a
encontrou. Ao demolirem a parede no lugar indicado, encontraram as ossadas humanas, que foram enterradas, embora
nunca identificadas, mas depois disso, cessaram todos os fenômenos.
No livro “ O Céu e o Inferno” ,também há relatos
interessantes de casas assombradas, como no item “ Criminosos Arrependidos” - O
espírito de Castelnaudary.
Era uma
pequena casa perto de Castelnaudary e lá ocorriam barulhos estranhos e outros
eventos, o que lhe valeu o título de estar invadida por “fantasmas”. Foi
exorcizada, sem resultados. Um dos proprietários, tendo vindo habitá-la, nela
morreu subitamente. Alguns anos depois, o filho dele quis habitá-la e ao entrar
num dos quartos, recebeu uma violenta bofetada, o que fez com que abandonasse a
casa. Na região, circulava uma história de que um grande crime havia sido
cometido naquela casa.
O Espírito
que dera a bofetada foi evocado e manifestou-se com sinais de muita violência,
relatando que quando residira naquela local há 02 séculos , havia assassinado
seu irmão por suspeitar que mantivesse
um caso amoroso com sua esposa e alguns anos depois assassinou também a esposa.
Nunca pagou pelos crimes na Terra, permanecendo na casa e provocando os
fenômenos. Ficou em processo de fixação mental, preso ao local onde cometeu os
crimes sem conseguir dirigir seu pensamento a outra coisa que não fosse os seus
crimes, como expiação pelo mal praticado. Por ser muito violento agredia a todos que percebesse a presença
naquele local.
E por que
os Espíritos provocam estes fenômenos?
Com vimos
através dos exemplos anteriormente citados, são várias as motivações. Uns são
apenas zombeteiros, querem se divertir com o medo que geram com suas ações:
outros querem serem ouvidos para fazerem um pedido, como o exemplo da ossada,
outros são ainda ignorantes e maus, agredindo a qualquer um que ocupe o local
onde ele se encontre, ou para se vingar
dos habitantes daquele local. Há também aqueles que querem proteger os
habitantes, permanecendo no local como guardiões, geralmente no caso de
familiares, mas como não tem a evolução necessária para tal, mais atrapalham do
que ajudam. Alguns ignoram inclusive o próprio desencarne e se ligam ao local por
alguma afinidade com os habitantes.
Concluímos
assim, que nem todos os Espíritos que
provocam estes fenômenos são maus, alguns são levianos e ignorantes, mas de
forma geral são todos Espíritos ainda de baixa condição evolutiva.
Devemos
temer estes locais?
Novamente
vamos recorrer ao Livro dos Médiuns para nossa resposta:
12ª Será
racional temerem-se os lugares assombrados pelos Espíritos?
“Não. Os
Espíritos que frequentam certos lugares, produzindo neles desordens, antes
querem divertir-se à custa da credulidade e da poltronaria dos homens, do que
lhes fazer mal. Aliás, deveis lembrar-vos de que em toda parte há Espíritos e
de que, assim, onde quer que estejais, os tereis ao vosso lado, ainda mesmo nas
mais tranqüilas habitações. Quase sempre, eles só assombram certas casas, porque
encontram ensejo de manifestarem sua presença nelas.”
E
como podemos afastá-los?
O
exorcismo resolve ???
O que
temos observado é que com estas práticas
materiais os Espíritos intensificam ainda mais os fenômenos, por que se
divertem com os rituais e continuam a zombar ainda mais dos encarnados.
E como
afastá-los?
ATRAINDO OS BONS ESPÍRITOS, ATRAVÉS DA PRÁTICA DO BEM
“
Sede sempre bons e só tereis bons Espíritos ao vosso lado”, nos diz o Livro dos
Médiuns.
Sempre
devemos fazer preces por estes Espíritos, independente do motivo que os leve a “
assombrar” aquele local. Vamos pedir a Deus que os ilumine, para que despertem,
se desliguem das coisas materiais e sigam sua jornada evolutiva no Mundo
Espiritual. Também não devemos demonstrar medo, pois ao notarem isto vão
intensificar os fenômenos. Devemos nos limitar a orar e não dar atenção, que
logo eles se cansarão. O Evangelho no Lar também é um ótimo recurso de reequilibro
do ambiente doméstico e que pode ajudar muito nestes casos.
E
não nos esqueçamos que os Espíritos só podem nos prejudicar se nós deixarmos,
ou seja, se estivermos vibrando na mesma sintonia que eles. A nossa maior
proteção sempre será a prática do bem, que vai atrair a proteção dos Bons Espíritos.
Muita
luzzzzzzzzzzz
Luciane
Ruis